sábado, 28 de novembro de 2009

S. S. Comunicação Comparada VI

Diário de bordo, dia 30 de outubro de 2009, não vejo a hora de terminar esta expedição, o céu está se fechando cada vez mais e eu não quero ficar um mês a mais no mar por causa de tempestades. Após ter ficado uma semana sem ver terra firme descemos em uma ilha grande e bonita, precisávamos de algumas coisas para o navio. Demos sorte em pararmos nesta ilha, pois ela é cheia de barracas, mercados, comerciantes, eles vendem de tudo até vêem do mar flutuando. A princípio meus tripulantes ficaram deslumbrados e foram comprando de tudo, trocando mercadorias, era a Ilha do Tesouro. Andei um pouco mais, queria conhecer a ilha melhor e subindo uma elevação de rochas olhei para o outro lado da ilha e vi algo surpreendente. O outro lado da ilha não era tomado por barracas e gente negociando, era um lixão, montanhas e montanhas de lixo empilhado, era uma paisagem inteira de lixo. Perguntei a um nativo de onde vinha tanto lixo e ele me disse que aquilo eram as mercadorias que eles compraram mais que já ficaram velhas. Eu queria entender o quão velha elas eram quando me deparei com um nativo que acabara de comprar uma o concha de caramujo. Ele comprou, saiu da barraca, passou por mim e arremessou a concha na direção do lixo olhando pra mim e dizendo: “Ultrapassada.”, e nos dez minutos que fiquei lá o vi jogar mais três objetos fora. Andei mais um pouco e vi que as pessoas iam até o elevado de rochas constantemente, jogando suas mercadorias fora e indo buscar outras. Depois percebi que existiam tantas barracas que não havia nenhuma casa, eles não tinham onde guardar toda aquela mercadoria com eles, eles por fim das contas não possuíam nada, não possuíam nenhum bem. E fiquei sabendo que a mercadoria vem de navios que descarregam lá aos montes, certamente vêem carregados de lixo do continente.

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