quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Sociedade do Consumo / Sociedade do Trabalho.

Acordos Temporários.

Vínculos frágeis, relações vazias e consciência individual são partes do que a sociedade do consumo representa.
Fácil regredir e pensar que um dia os valores eram inversos e dava-se valor aos laços sociais, existia uma preocupação ética, obrigações e responsabilidades, tudo era visto de forma coletiva, o dinheiro não servia para comprar status, manter aparências ou mesmo forjar personalidades, mas sim para pagar impostos, alimentar a família e manter-se vivo.
Com as novas mídias e tecnologias, a conduta do ser humano foi facilmente corrompida, o comportamento, a consciência política e o estilo de vida não são mais os mesmos.
Os laços sociais, a identidade social, até mesmo as preocupações com a ética e política e a profundidade nas relações interpessoais faziam parte da sociedade do trabalho, que por sua vez, perdeu seu espaço e importância, tendo seus conceitos e valores invertidos e modificados com a chegada da sociedade do consumo.
A sociedade do consumo nos passa a ilusória idéia de que podemos e devemos ter uma consciência individual e que o prazer está acima de qualquer coisa, podemos nos endividar, parcelar a compra em 79 parcelas , mas pelo menos estamos na “moda”, quando na realidade não importa o tênis que você use ou a marca de sua camiseta, este prazer que deveria ser o “próprio”, passa a ser uma alternativa para se integrar em algum grupo, ou ser aceito em algum evento ou ocasião. Vestimo-nos para impressionar os outros, e criamos jeitos e trejeitos para sermos vários tipos de pessoas menos nós mesmos, somos igualmente tão produtos como os encontrados no mercado.
Já sabemos que é cada um por si e ninguém por todos, sendo assim o ser humano distancia-se de seus costumes e valores, tomando como seu este outro “novo” estilo de vida. Não precisamos mais de vínculos, a não ser que haja algum interesse, e quando este já não mais existe, o descartamos na primeira oportunidade, sem ao menos hesitar.
Enfim, as preocupações mudaram, não queremos trabalhos, mas sim emprego, ocupações momentâneas, não sofremos e muito menos nos sentimos culpados, afinal temos relações vazias e nosso código de conduta é no máximo uma “etiqueta social”.
Hoje somos o que usamos e consumimos, somos os produtos baratos, enlatados e reféns de nossas futilidades e ambições.
Somos acordos temporários.

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