terça-feira, 17 de novembro de 2009

Um parêntese (

Não tenho coragem. Deixei de expressar meu respeito, minha satisfação. Quero mais é entender o porquê de uma vida tão exaustiva, tão triste. Começam a dizer que é porque o mundo não foi feito em um dia. Não... Não me bastam apenas horas para entender o que levaram milênios a existir. A sabedoria deixou minha mente para bater às portas de um bloco cheio de concreto, ventiladores e luzes. Sim, luzes que me alumeiam! Perdi o foco com tanta informação trocada, tanto tiro no escuro. Como um cubo de pedra pode abrigar um coração sedento? Talvez precise de um ar mais puro, talvez seja a poluição da cidade de um só...

Não sou une, mas sou único. Progressistas poriam pedras em meus sapatos, já que não conseguem colocá-las em meu caminho. Mas nem isso, já que eles não entendem o meu pesar. Deixo-lhes, pois, a usura do desgaste, a doçura do contraste e a beleza da incompreensão. Quão retrógrada seria minha persistência em mutação? Acho que sofro é de complexo de X-men... Posso ser Wolverine, mas nunca saberei quem fui. Posso voar pelos ares, mas nunca beijarei uma boca sem matá-la de amores. Por isso mesmo é que eu falo, sem medo. Sei que um dia serei lembrado pela existência de minhas palavras. Cantadas, contadas, comidas. Sem mais, posso apenas dizer que sou eu o fruto da videira que é sedenta, que é mais. Nego-me a mim mesmo, creio-me são. Quantos mais direi eu ser em vão?

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