quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Um questão de escolha

Você olha no espelho e não sabe quem vê. Olha para o relógio. Está na hora de pedir ajuda. Analista, psicólogo, até os amigos. Você precisa desesperadamente descobrir quem você é. Precisa da sua identidade, mesmo sem saber exatamente o que isso significa. Precisa se auto-afirmar de alguma maneira e mostrar para todo mundo do que você é feito. Procura atrás de sua imagem um “eu” ainda não libertado. Uma marca da sua existência, quem você é no mundo. Você precisa do "outro" . Precisa captar elementos e características relevantes para a construção de um interior, pois assim chegará a sua identidade. Ok.

Tudo estava tranqüilo até você encontrar quem mais odeia andando do seu lado na rua. E quando se dá conta pensa: não será tão fácil assim. As pessoas ao seu redor são diferentes. Somos todos tão diferentes. O que se faz quando se tem valores, princípios e costumes que não se enquadram com os seus? Pressuponho que existirá uma ausência de palavras, um silêncio, distanciamento. Talvez seja uma questão de instinto. Mas dizem que sem relações não somos nada. E ser nada, nesse ponto, é estar fixado no mesmo lugar.

Para nos conhecermos melhor precisamos conhecer o outro também. É um estudo profundo da Psicologia. Precisamos analisá-lo de forma a juntar todas as suas características e comparar com nossas. A identidade se estabelece nas relações. Uma simples presença pode irritar, mas você terá que absorver algo da pessoa para você. Imagina? Ela fazendo parte do que você (não) é. Irrita, não? Somos realmente muito diferentes. Como se faz para escrever ou falar de algo que não se conhece? Entende? Como se acha a identidade sendo sozinho no mundo? Compara-se você com você mesmo? Eu, eu mesmo e Irene.

Ninguém quer torna-se um fundo em branco. Sufocante. Sem rótulo, sem nome, sem pensamentos, sem solução, sem emoções, sem rumo. Eu não.

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