domingo, 27 de setembro de 2009

Comunicação Comparada - Da Memória Artificial ao Iluminismo

Com o surgimento da escrita, a humanidade pode reunir sua historia e seu conhecimento em um local seguro que preservasse o conteúdo nele colocado. Esse local de armazenamento das informações ganhou o termo de memórias artificiais por não dependerem do cérebro humano para a conservação de seus dados.
Na Grécia Antiga, no século VII a.C, Espeusito (ou Speusipo), o sobrinho de Platão, escreve a Enciclopédia do Pensamento Grego. A enciclopédia é uma forma de memória artificial, pois, seus conhecimentos podem ser acessados por diversas pessoas em períodos distintos. No século V d.C, foi escrita a Enciclopédia da Cultura Romana que contém informações de mais de 450 intelectuais, já no século VII nasce a Enciclopédia sobre o Cristianismo com assuntos pertinentes a Igreja. Pode-se notar que, em diferentes ocasiões, todos os enciclopedistas quiseram notificar a historia de sua cultura para serem acessadas posteriormente por outras pessoas.
No século XVIII acreditava-se que o homem nascia com capacidades inatas, ou seja, o conhecimento surge junto com o ser. Neste período, John Locke (filósofo inglês e liberal) contesta esse pensamento afirmando que o ser humano vem ao mundo como “uma página em branco” e que, ao crescermos, construímos a nossa história e da sociedade a qual pertencemos. A partir deste pensamento começa a ser esboçado o pensamento iluminista que traz a ciência como luz em meio a escuridão.
Esses preceitos puderam ser empregados com o advento da Revolução Francesa em 1789, que foi inspirado no conceito Iluminista que procurava promover uma mudança no contexto político e filosófico, principalmente na educação, que, segundo os iluministas, deveria ser pública, gratuita e laica (sem religião).
Após esse resumido comentário a respeito das memórias artificiais e do iluminismo fica claro alegar que o projeto da WEB como arquivamento de conhecimento remonta há pelo menos duzentos anos.
A sociedade atual (pelo menos a maioria) é republicana, democrática e representativa, uma decorrência do pensamento iluminista e da ação da Revolução Francesa. O sistema atual é composto por três poderes: o Legislativo, o Executivo, e o Judiciário. O quarto poder é a chamada opinião publica, sendo que, esta não carece de eleição. A opinião publica é amparada pela comunicação, e mais especificamente pelo jornalismo, que atua como um elo entre a população e os outros poderes. Com a interatividade e o avanço tecnológico dos meios de comunicação, o quarto poder atinge uma nova proporção, pois conta com a mediação de todos que se tornam emissores e autores das informações a respeito das esferas publicas e privadas.

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